Obter muitas vezes um posicionamento contrário à maneira de um governo exercer a sua função é uma coisa. Duvidar da sua idoneidade, caráter e honestidade é outra completamente diferente. No meu caso, jamais acreditei que o PSDB, comandado por Eduardo Leite e Paula Mascarenhas, seja sabedor do que está acontecendo em Pelotas. Foi através desse Jornal que, aliás, já escrevi sobre esses tópicos e tudo que os diferem.

Os problemas que o nosso Município vem atravessando ultrapassam questões básicas, corriqueiras e desinteressantes para o partido como saneamento básico, segurança pública, saúde, ensino, bairros sucateados, ruas às escuras, déficit milionário, dentre outros que é uma excelência tucana nos últimos anos. As questões me parecem tomar um lado desonesto da história. E quando tocamos em desonestidade, fica difícil não ligarmos com tudo de podre que somente a política é capaz de nos apresentar. O nosso passado é tão poluído e assustador quanto um filme de Hitchcock. A gestão que governa o nosso País é um bom exemplo do que estou falando.

Quando um governo não consegue contentar uma boa parcela da população é viável e equivocado ao mesmo tempo, mas aceitável dentro de um contexto político. O PSDB atravessa, mesmo tendo o governador ao seu lado, o pior desempenho de sua história em Pelotas. Ironicamente, quem mais “deveria mandar” é daqui, porém, é o que menos tem feito por seu solo. Eduardo Leite, em campanha municipal de 2020, disse que o novo Pronto Socorro estaria pronto logo em seguida. Não está, e deve utilizar esse mesmo “papinho” quatro anos depois, às suas pretensões políticas nessa cidade. E nada trouxe e nada temos. É fato e não fake!

O desgaste é visível. Pelo que se comenta, por todos os cantos da cidade, é que o nosso deputado federal não quer ficar com essa “bomba” em seu colo, caso seja o candidato ao Executivo. Ele está certo ou errado? Se for ele o escolhido e vencer, dormirá na noite do dia 31 de dezembro sem dívidas e feliz. Logo, acordará em 1 de janeiro com um rombo superior a 280 milhões de reais deixado pela gestão de sua colega de partido. Além de perder todas as emendas por não ser mais um deputado. O que você faria?

Todavia, o problema não é apenas essa desagradável herança de uma administração incompetente que vemos. O partido vai precisar explicar essa nuvem de irregularidades que são noticiadas diariamente, às vésperas de uma eleição. Esse enredo de dar inveja ao governo petista que alinha tudo e a todos que já sucatearam o Brasil. O desvio de LOAS, que já está nas mãos da polícia. Os pontos fakes e funcionários fantasmas na SAS. E os escândalos dentro do PS, que culminou para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Tenho convicção de que nem a nossa prefeita e o nosso governador sabiam desses absurdos, por outro lado, precisam arrumar a sua casa. Precisam agir. Precisam mostrar para a sociedade que providências estão sendo tomadas urgentemente. Não há como tapar o sol com a peneira. O cenário é vergonhoso para o PSDB e é recomendável que se tome outro sentido para que a vitória não se perca, a seguir. Se bem que o que era “certo” já passou a ser “duvidoso”.
Não podemos tolerar casos de corrupção e desonestidade. Sabemos que muitas vezes esses exemplos ficam impunes, mas se acharmos os resultados dessas constatações normais é por que a ética e o moral já não fazem mais parte do nosso cotidiano. É o pior legado que podemos deixar para os nossos filhos.